Cirurgia de Parkinson passa a integrar serviços do Hospital São Lucas da PUCRS

O procedimento traz qualidade de vida aos pacientes que já fizeram uso de medicamentos e a longo prazo não obtiveram resultados animadores.

De acordo com a OMS, aproximadamente 1% da população mundial com idade superior a 65 anos possui a doença de Parkinson. No Brasil, estima-se que 200 mil pessoas sofram com o problema. Neste cenário, a cirurgia de Parkinson passa a ser realizada no Hospital São Lucas. O procedimento traz maior qualidade de vida às pessoas com Parkinson que já passaram por diferentes tratamentos e estão, ainda assim, com dificuldade no controle dos sintomas.  

A doença de Parkinson ocorre por uma degeneração das células situadas em uma região do cérebro chamada substância negra. Essas células produzem a substância dopamina, uma substância que permite a comunicação entre neurônios, envolvido na condução de correntes nervosas no corpo. A falta ou diminuição da dopamina afeta os movimentos, causando tremores, lentidão de movimentos, rigidez muscular, desequilíbrio, além de alterações na fala e na escrita.  

Cuidados para uma vida mais estável 

Existem hábitos que devem ser evitados, pois são fatores de risco para a doença de Parkinson, explica a Dr. Sheila Trentin Neurologista do HSL: “Há fatores de risco para a doença e fatores de proteção. Fatores de risco podem ser batidas fortes na cabeça, consumo ou exposição a agrotóxicos e beber água de poço. Formas de reduzir o risco de desenvolver a doença são também evitar o consumo de bebidas com cafeína como café e chimarrão.” 

Não há uma cura para o Parkinson e sim medicamentos que tornam a vida do paciente mais estável. Porém, diferentes medicamentos a longo prazo, podem não ser eficientes. De acordo com o neurocirurgião do Hospital São Lucas, Dr. Paulo Petry Oppitz, “a maioria das pessoas responde bem aos medicamentos nos primeiros anos e depois o remédio começa a causar complicações, provocando distúrbios de movimentos em decorrência do remédio”. Em situações como esta os médicos aumentam as doses dos medicamentos, porém existem casos em que não é possível controlar a doença, mesmo com doses robustas. Nestes casos, a cirurgia é o melhor caminho.  

A cirurgia de Parkinson oferecida pelo Hospital São Lucas tem a pretensão de aumentar a qualidade de vida dos pacientes. Chamada Deep Brain Stimulation (Estimulação Profunda do Cérebro), consiste na implantação de eletrodos para modular os estímulos elétricos nas regiões afetadas pela doença, controlando, assim, sintomas como tremor, movimentos involuntários e, mantendo o paciente por mais tempo com bom desempenho motor. 

Todos os pacientes podem fazer esta cirurgia? 

Cada paciente é um caso particular, de acordo com o Dr. Oppitz. “Existem critérios clínicos que podem excluir a indicação da cirurgia”, explica. A idade não é uma delas. Para haver certeza de que o paciente é candidato à cirurgia, ele deve ter o acompanhamento de um médico neurologista que encaminhará para um neurocirurgião. Todos os pacientes que são encaminhados para a cirurgia precisam, anteriormente, ter passado pelo uso de medicamentos e obter reação positiva. O especialista destaca que, por vezes, se nenhum medicamento traz melhoria para o paciente, é possível que haja um erro de diagnóstico.  Ele ressalta que a confusão em relação a doenças com sintomas semelhantes pode ser comum.  

 

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